top of page
Buscar
paulobarcala

Rabisco número 2: De peixes

Palavras passam como peixes num rio abundante

Bashô os ignora

e abre as ostras

Drummond viu o amor mudo

dos peixes

Baudelaire, o sufocamento

Quintana, o peixe-se

Rimbaud, se o barco

Hemingway pesca

As palavras, como peixes, arriscam-se à flor d’água

Para comer cor e aumentar

Dickinson afasta a turbidez com a mão

Proust enevoa

João Cabral come cru

Mia, a língua

Saramago salga

Hilst cospe

O alevino em Pessoa

Salmos procriam nas nascentes

Apesar do anzol

8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page